Um brasileiro na Antarctic Ice Marathon

Um dia você sonha em correr 10 quilômetros, no outro dia já pensa na São Silvestre. Quem corre 15, corre 21. Se completa a meia, porque não almejar os 42 quilômetros? Pode ser em Buenos Aires, em Berlim ou em Floripa, o certo é que cada conquista alcançada desperta um novo sonho, um novo desafio.

Djalma Moura é assim, um engenheiro de 61 anos que não se conforma com os limites e que busca sempre um novo desafio, uma nova vitória, um novo envolvimento de alma.

Foi assim que em 24  de novembro de 2017 esse maratonista decidiu conquistar o Polo Sul através da Maratona Antarctic Ice Marathon.

Além de completar a maratona e, se possível com um bom tempo, Djalma tinha uma intenção nessa prova: divulgar a importância da doação de órgãos., mas para ele estender essa bandeira tão importante no Polo Sul, ele precisaria ter uma excelente preparação física e psicológica.

Morador de Floripa,  uma cidade tropical, como ele poderia treinar para uma maratona no Polo Sul?

A ideia foi a parceria com o Empório Ilha Pescados, que lhe cedeu o uso das câmeras frias  dos seus frigoríficos para treinos em baixa temperatura.

Revezamento entre o frio do frigorífico e a areia da Hípica, Fonte: Acervo pessoal.

O problema do frio estava contornado, mas tinha outro: a neve. O treino em areia fofa aconteceu na Sociedade Hípica Catarinense, pois este terreno, onde os cavalos correm, é um ótimo treino para os pés se acostumarem com a neve do Polo Sul.

 




 

O 63º Batalhão de Infantaria do Exército sediado em Florianópolis ofereceu ao nosso maratonista uma bandeira do Brasil que teria a nobre missão de ser estendida no momento da conquista dos árduos e congelantes 42km.

O voo para o Chile foi cercado de carinho e muita torcida. A tripulação da Avianca fez questão de mostrar seu apoio e a alegria de estar conduzindo o Djalma para esse tão almejado desafio.

Apoios da trajetória: SC Transplantes, Batalhão de Infantaria e no avião da Avianca. Fonte: Acervo pessoal.

Punta Arenas, cidade no extremo sul do Chile, era a primeira base de encontro dos atletas com a organização, e dessa cidade partiria o voo para a Antártida.

Uma vez em Punta Arenas , Djalma teve que um fazer teste oficial do seu equipamento de corrida junto ao grande corredor Richard Donovan, importante membro da organização e criador desse evento. Nosso atleta teve que apresentar todo seu equipamento de proteção contra o frio e testá-lo diante do Donovan. Foi aprovado! Faltava pouco para o sonho se realizar.

Em Punta Arenas separando a roupa e com o organizador da prova Richard Donovan. Fonte: Acervo pessoal.

Nessa parada, os atletas participaram de reuniões sobre a prova, se confraternizaram e receberam suas passagens para a Antártida. Enfim, agora era só esperar o embarque! Quanta ansiedade e que frio (olha ele aí de novo) na barriga!

No aeroporto de Punta Arenas aguardando o embarque (1), durante o voo (2) e o momento da chegada na Antártida. (3). Fonte: Acervo pessoal (1) e Facebook oficial do evento (2 e 3).

O embarque não é dos mais tranquilos, pois não tem uma hora definida, depende, sobretudo, das condições climáticas na Antártida. Foram duas horas e meia de espera até que o momento do embarque foi autorizado. O desembarque já acontece na neve, no Polo Sul, na Antártida!

Chegando na Base Union Glacier na Antártida,  os maratonistas foram conhecer suas residências oficiais. Djalma ficou instalado na Tenda Johansen.

Tenda Johansen (1) e largada da prova. (2) Fonte: Acervo pessoal. (2) e Facebook oficial do evento.

Após essa aclimatação, um bom descanso e de posse de seu número de peito – sua licença oficia para correr a Antarctic Ice Marathon -, Djalma estava pronto!

 




 

No dia 24 de novembro de 2017, às 12:30h, o brazuca largou na maratona mais ao extremo sul do planeta junto com outros 55 atletas de 18 nacionalidades. Era o único brasileiro nesta prova extrema, de limites duríssimos para o corpo e mente.

O número de peito do atleta brasileiro e um momento da prova. Fonte Facebook oficial do evento.

Num cenário completamente branco e sob um frio de 25 graus negativos e caindo cada vez mais, esses guerreiros foram um a um completando a prova. Djalma obteve a 10ª colocação entre 38 atletas do sexo masculino com o tempo de 5h 01mim 59seg e pôde enfim exibir seu poderoso cartaz sobre a doação de órgãos.

Pós-prova com a tão sonhada divulgação da doação de órgãos (1) e em Punta Arenas após retorno da Antártida (2). Fonte: Facebook oficial do evento (1) e acervo pessoal (2).

Após o regresso a Punta Arenas, o nosso conquistador do Polo Sul desfilou feliz com a nossa bandeira e com o sorriso de uma prova muito bem feita. Conquistamos mais uma vez essa prova.

E agora estamos rumando, no dia 9 de abril, para a North Pole Marathon , onde Djalma pretende conquistar o Polo Norte!

Próximo desafio: North Pole Marathon.

O kit já está pronto.  O número de peito é 15. Vamos aguardar mais uns dias para contar as novidades!


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