North Pole Marathon

Pensa num frio congelante de Polo Norte. Depois pensa numa maratona. Agora pensa nos dois juntos.

Esse é o desafio que espera aproximadamente 61 maratonistas representandos mais de 24 países na North Pole Marathon, prova acontecerá no dia 9 de abril de 2018, nos arredores da Estação Russa de Barneo.

Largada da North Pole Marathon.

O horário de largada da prova que consta no site oficial é 21h, mas a verdade é que a largada acontece quando as condições meteorológicas permitirem, já imaginou? Em 2017, a corrida começou às 22:30 h (horário norueguês) sob o céu ensolarado de 8 de abril e com a temperatura de -31 graus Celsius.

A Maratona do Polo Norte é dividida em categoria masculina e feminina, sempre individuais,  e há também uma meia maratona, mas essa prova não tem tido muitos competidores.

Os atletas e o famoso urso polar, um risco constante nas aventuras no Polo Norte.

Só para matar sua curiosidade, no ano de 2018, o cálculo médio de custos para essa prova era da ordem de 12 mil euros (R$ 51.000,00), não incluindo nesse valor os voos para o Brasil.

Essa maratona surgiu após Richard Donovan, mentor de outros desafios gelados e primeira pessoa a fazer o trajeto da North Pole Marathon, decidir organizar o evento. Segundo ele, a prova tem grandes desafios como o frio e as condições do caminho, mas também os riscos próprios da região, como o ataque de ursos polares e o fato de não existir terra firme no Polo Norte, isso mesmo, os competidores correrão sempre sobre uma camada de gelo de águas oceânicas, logo o trajeto tem que ser o mais seguro possível, evitando furos e rachaduras.

Richard Donavan, o explorador, criador e organizador de desafios de 42km.

 

A primeira Maratona do Polo Norte datou de 2002 e até hoje foram mais 15 edições, apenas em 2005 o evento não ocorreu por divergências entre as empresas de logística.

O recordista da prova é o irlandês Thomas Maguire com o tempo de 3h36min10seg no ano de 2007. Anne-Marie Flammersfeld da Alemanha detém o recorde feminino com 4h 53min 45seg em 2014.

Em 2017, o total de atletas foi 50 e representaram 20 nacionalidades diferentes. Eles enfrentaram um frio polar de menos 30 graus, muito vento e uma sensação térmica de menos 60 graus. Essa prova é tão gelada que não basta apenas bom preparo físico e psicológico, as roupas devem ser especiais e capazes de proteger o atleta em baixíssimas temperaturas.

Estado comum no Polo Norte, exatamente no momento em que é dispensado o equipamento de proteção.

Falar em tempo nesse desafio é algo certeiro, pois todo desempenho na prova depende das condições climáticas do dia. Não pense em recordes, pense em terminar a prova!

A aventura começa quando o atleta chega na cidade de Longyearbyen (com cerca de 2.800 habitantes) na ilha de Spitzbergen, no arquipélago de Svalbard (Noruega), cuja “população de ursos é maior do que a de pessoas”.

Longyearbyen na ilha de Spitzbergen, no arquipélago de Svalbard (norte da Noruega), onde a aventura começa.

Se o clima colaborar, no dia seguinte, os atletas voam para o acampamento de Barneo, uma base de pesquisa que fica erguida um pouco mais de um mês por ano, essa base é de risco, pois está sob área com risco de degelo e isso pode acontecer a qualquer momento.

Atletas chegando na Base de Barneo, no Polo Norte.

Outra curiosidade é que nesta época do ano, em abril, mês da maratona, a luz solar permanece pelas 24 horas do dia. Durante os meses de verão no hemisfério norte, você pode experimentar até 24 horas de luz do sol acima do Círculo Polar Ártico, permitindo aproveitar as paisagens ao máximo.

Acampamento dos atletas em Barneo com o sol de 24 horas e um frio polar.

Os relatos mais constantes contam que o trajeto consiste em 9 voltas, ou seja, cada volta tem em média 4,6 quilômetros. Se o gelo estiver mais duro, o deslocamento é facilitado, mas se a neve estiver fofa é possível afundar até a altura dos joelhos. É fundamental proteger os cílios e as orelhas, se congelarem é problema! E há a possibilidade de troca de roupas por estarem molhadas, assim como beber líquidos e se esquentar no posto de atendimento.

Trajeto da prova é sobre o oceano então todo cuidado é pouco.

O treinamento para a prova é árduo. Muitos atletas contam que treinam em câmaras frigoríficas e em dunas para tentarem se acostumar com o tipo de passada nesta maratona.

Curiosidades: Kenwynne Barber, uma inglesa de 66 anos completou a Maratona do Polo Norte em 2006 e é considerada a atleta feminina de mais idade a terminar a prova, e o francês Michel Ribet, em 2016, aos 78 anos também é o homem de mais idade a ter completado a maratona.

Michel Ribet, completou a Maratona d Polo Norte em 2016 aos 78 anos.

Os atletas que terminam uma maratona em cada um dos sete continentes (Europa, Oceania, África, Ásia, América do Sul, Central e do Norte) – organização considera os continentes em 7 –  e que correm também a Maratona do Polo Norte, se tornam membro do exclusivo Marathon Grand Slam Club.

A galeria dos brazucas que completaram essa prova não é extensa, mas esses atletas são grandes desbravadores:

2009 – MARATONA

  • Anders Petterson                         11h 46min 39seg
  • Stephanie Petterson                    16h 07min 20 seg

2013 – MARATONA

  • Pedro Correa dos Santos             08h 35min 40seg
  • Marcelo Alves                              05h 38min 28 seg
  • Carolina Barcellos                        07h 35min 56seg

2014 – MEIA MARATONA

  • Flavio Lemos                                06h 35min 58seg
Marcelo Alves, aventureiro, explorador, maratonista. Fonte da imagem: http://www.crcpr.org.br

Para 2018 teremos o atleta Djalma Moura, maratonista que adora um grande desafio. Sua última grande vitória foi a Antarctic Ice Marathon onde conquistou a décima colocação com o tempo de 5:01:59 hrs entre de 38 competidores masculinos.

Nosso homem de gelo se prepara agora para enfrentar a Maratona do Polo Norte e assim dominar os polos do planeta.

Djalma, estamos na sua torcida!

Djalma durante o voo para Punta Arenas, checando seu equipamento e na Antártida.

 


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